CONVERSAS DE SILÊNCIO

As conversas do silêncio fluem

e não se limitam a um diálogo

reduzido à voz e aos signos...

Elas não têm entraves,

voam longe,

entendem a vida

e com ela

se comunicam

se mesclam

se abraçam

constroem...

Tuas imagens me encantam

e me fazem silenciosa.

Compartilho contigo este momento

de plena emoção de estar viva.

"Não quero um amarelo sem sol

e um branco sem lua", dizes...

E eu não quero também as minha mãos,

vazias de outras mãos,

meus olhos refletindo apenas,

sem verdadeiramente, ver.

Desejo que a vida faça sentido

e não se perca a essência

do início de tudo ...

... "e o Verbo se fez carne...".

Mas quando a voz emudece

é que os sonhos

começam a nascer,

os olhos se encontram e

a alma vibra mais forte.

Entre o que foi dito

e o que ainda vai ser,

vive o elo de cadeias fluidas

o insondável lago de

águas misteriosas e profundas

aonde garimpar as preciosas pedras

caídas ao descuido,

enquanto nossos signos

se debatem em dizer, em atropelos

de justificativas, alternativas,

o que o nosso corpo já sabe

em seus bilhões de células,

e aguarda, impaciente,

o entendimento sem palavras,

daquele "silêncio que antecede o beijo"...

Tendo lido em "La Voz de la Palabra Internacional", "'QUIERO", poema del cuaderno "Viaje Al Alma" de Antonio Manuel Fernández Morala, cujas palavras estão entre aspas e traduzidas.

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 11/10/2009
Reeditado em 11/10/2009
Código do texto: T1860263
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