CONVERSAS DE SILÊNCIO
As conversas do silêncio fluem
e não se limitam a um diálogo
reduzido à voz e aos signos...
Elas não têm entraves,
voam longe,
entendem a vida
e com ela
se comunicam
se mesclam
se abraçam
constroem...
Tuas imagens me encantam
e me fazem silenciosa.
Compartilho contigo este momento
de plena emoção de estar viva.
"Não quero um amarelo sem sol
e um branco sem lua", dizes...
E eu não quero também as minha mãos,
vazias de outras mãos,
meus olhos refletindo apenas,
sem verdadeiramente, ver.
Desejo que a vida faça sentido
e não se perca a essência
do início de tudo ...
... "e o Verbo se fez carne...".
Mas quando a voz emudece
é que os sonhos
começam a nascer,
os olhos se encontram e
a alma vibra mais forte.
Entre o que foi dito
e o que ainda vai ser,
vive o elo de cadeias fluidas
o insondável lago de
águas misteriosas e profundas
aonde garimpar as preciosas pedras
caídas ao descuido,
enquanto nossos signos
se debatem em dizer, em atropelos
de justificativas, alternativas,
o que o nosso corpo já sabe
em seus bilhões de células,
e aguarda, impaciente,
o entendimento sem palavras,
daquele "silêncio que antecede o beijo"...
Tendo lido em "La Voz de la Palabra Internacional", "'QUIERO", poema del cuaderno "Viaje Al Alma" de Antonio Manuel Fernández Morala, cujas palavras estão entre aspas e traduzidas.