Teoria da Complexidade

Memória pulha, gasta

Enclausurada em gaveta, rasa

Objeto de angústia, pus na escuridão

Velame endêmico, pegajoso.

Relutantes horas marchando

Pra dentro do tempo, pra fora do corpo

Desgastado corpo, um aborto espontâneo

Icoroso e revelado, sanguinolento

Exemplo torpe, ei-lo presente.

Envolve o fígado, a peçonha da ira

À revelia, promovendo, concatenando

Os alvitres são modestos, mas sinceros

Ouça-os e pondere, proteja-se.

A fúria é o travessão inflexível da dor

Nele muito se sustenta, epopéias

Impraticabilidade serena e distante

Traz à superfície o eterno pudor

Ah, quão incolor!

Golpeia a hipocrisia demente da mente

Machucada e ausente que se estende

Sabida e inconsciente, uma página esquecida

Quase notória, esmaecida.

São os homônimos de negra capa

A aporrinhar incorruptíveis sonhos

Um dirigível sob o claro céu

Uma abelha cochilando sem o mel

A eterna rusga entre o pensar e o mausoléu.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 01/07/2006
Código do texto: T185911
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