Teoria da Complexidade
Memória pulha, gasta
Enclausurada em gaveta, rasa
Objeto de angústia, pus na escuridão
Velame endêmico, pegajoso.
Relutantes horas marchando
Pra dentro do tempo, pra fora do corpo
Desgastado corpo, um aborto espontâneo
Icoroso e revelado, sanguinolento
Exemplo torpe, ei-lo presente.
Envolve o fígado, a peçonha da ira
À revelia, promovendo, concatenando
Os alvitres são modestos, mas sinceros
Ouça-os e pondere, proteja-se.
A fúria é o travessão inflexível da dor
Nele muito se sustenta, epopéias
Impraticabilidade serena e distante
Traz à superfície o eterno pudor
Ah, quão incolor!
Golpeia a hipocrisia demente da mente
Machucada e ausente que se estende
Sabida e inconsciente, uma página esquecida
Quase notória, esmaecida.
São os homônimos de negra capa
A aporrinhar incorruptíveis sonhos
Um dirigível sob o claro céu
Uma abelha cochilando sem o mel
A eterna rusga entre o pensar e o mausoléu.