É FIM DE TARDE...

É fim de tarde agora...

Uma garoa fininha se acumula nas calhas e enchem-nas, pois devem estar sujas com as folhas das árvores, fazendo com que por alguma parte que cede, às gotas caíam por cima das telhas de plástico, emitindo um som... pingo... pingo... pingo... qual seria as letras desse som? Toc... toc... toc...? Só sei que caem... e caem sem parar tocando a música da vida...

E ao fundo deste final de tarde chuvosa, o Sabiá entoa uma melodia que me estremece, é como se a vida gritasse para mim num sentido de sobrevivência... de causa... de Amor... de carência... a melodia me desconcerta... e me deixo levar... escuto tanto mais... e agora os pardais, os bem-te-vis, todos circulando pelas suas veredas felizes, sobrevivendo, se adaptando em meio as construções de esqueletos da evolução humana, mas nem se importam que roubem seus lugares, estão sempre felizes, sempre fugazes, dando-nos exemplo, pois só possuem seus ninhos, e logo que voam seus filhotinhos se adaptam a outros lugares... é... eles sabem voar...

É fim de tarde agora...

Quase se faz noite, e ainda se ouve o som... toc... toc... toc... qual seria as letras desse som?