Filó de Foice

É...

Lêem-me

Gostam-me

Concordam-me...

Coitados!

Aceitam-me

Digerem-me

Maturam-me...

Inopiosos!

Cercam-me

Estendem-se

Procuram-me

Procuram-se...

Que pena!

São em horas como essas

Que vivo

Que penso

Que escrevo

Qual o quê?

Dentro em vão, vão, estão.

Nem sequer um beijo

A aurora permite

A odisséia exige

Eu e meus errôneos lados, persistem...

Em labor sem entojar

Despojando colméias em suculento mel

Viscoso, puro asco

Abstêmio de luz

Que me guia, que me vê...

Sou solto, sou povo, sou cruel

Crudelíssimo afeto

E um pequeno despautério pesaroso

Frevo em ti

Choro ou ao menos um chorinho

Em mim.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 01/07/2006
Reeditado em 01/02/2007
Código do texto: T185397
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