Sou Assim
A blasfêmia de todos os dias
É a interlocutora da morte
De nós, cientes e extremos, capinamos os corações
Fincando os novelos
Seguem em seus aterros
De preguiça, de homenagem e de esquiva.
Meus copos a acariciar-me
Interrogam-me e me poetizam, ufanam
Ó ufanismos!
Sou eu aqui sozinho a persistir em nós
Em vozes apáticas, homeopáticas
Nossos enlevos ascendem o certo ego
E cego se ajusta num mundo de finezas
Eu e o injusto a polir as neves
O meu gosto é o teu recheio
Um chocolate, um devaneio
Penso e esquivo,
Como montes de estrume a estender dos montes
E a eternizar nos gelos
Galerias e pêlos.
Eu hei de perpetuar um tomo
Sequer um pouco deste meu certo jeito.