VEM PRA MIM. VEM?
Os olhos se recusam a permanecer cerrados.
Apesar da chuva o ar é quente, incômodo.
Levanto-me Outra chuveirada, morna, agradável.
Estratagema relaxante...
Não adianta.
Volto a rolar na cama.
A insônia, velha conhecida, está comigo.
Não é quem quero aqui.
Meus pensamentos viajam
Até onde estás.
Posso vislumbrar-te, neste instante,
Em teu sono angelical, tranqüilo, passivo.
Vejo a casa, os móveis, vislumbro a luz
Que tuas janelas invade.
Queria estar contigo.
Queria-te aqui, comigo, em meu recanto.
Tão real é o vislumbre, que busco tocar-te.
Impossível, inglória tentativa.
Retorno à realidade dura.
Aqui estou. Aqui não estás.
Estou só, triste e insone.
Quero-te aqui como me quero aí,
Um nos braços do outro.
Anseio por tua vinda.
Pouco falta, maior é a demora,
Demonstrando quão relativo
Pode ser o tempo.
Mas sei que vens.
Vem pra mim. Vem?