VEM PRA MIM. VEM?

Os olhos se recusam a permanecer cerrados.

Apesar da chuva o ar é quente, incômodo.

Levanto-me Outra chuveirada, morna, agradável.

Estratagema relaxante...

Não adianta.

Volto a rolar na cama.

A insônia, velha conhecida, está comigo.

Não é quem quero aqui.

Meus pensamentos viajam

Até onde estás.

Posso vislumbrar-te, neste instante,

Em teu sono angelical, tranqüilo, passivo.

Vejo a casa, os móveis, vislumbro a luz

Que tuas janelas invade.

Queria estar contigo.

Queria-te aqui, comigo, em meu recanto.

Tão real é o vislumbre, que busco tocar-te.

Impossível, inglória tentativa.

Retorno à realidade dura.

Aqui estou. Aqui não estás.

Estou só, triste e insone.

Quero-te aqui como me quero aí,

Um nos braços do outro.

Anseio por tua vinda.

Pouco falta, maior é a demora,

Demonstrando quão relativo

Pode ser o tempo.

Mas sei que vens.

Vem pra mim. Vem?

Júlio Marques
Enviado por Júlio Marques em 07/10/2009
Reeditado em 13/11/2012
Código do texto: T1852267
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