VIDA, SERTÃO E CABOCLO

Do limiar de setembro
Até o mês de novembro,
Todo dia de manhã cedo
O sabiá libera seu canto,
No alto de um arvoredo.
O céu cobre todo de fumaça,
Os sons estríduos das cigarras,
A passarada fazendo gracejo,
Bem-te-vi,pássaro-preto,
Andorinhas fazendo verão,
É o ciclo da pró-criação.

O sertanejo de suor,
Todo molhado...
Vendo o terreno arrado
Começa a plantação,
Olha pro céu ansioso
Querendo de Deus atenção,
Pedindo que chova logo
Que molhe sem dó esse chão,
Prá ter colheita abundante
Onde o caboclo,
Com toda jactançia...
Cheio de esperança
Quer alimentar a nação,
Essa é a vida...
Do caboclo...
Essa é a vida,
Aqui no sertão.




imagem:alentejodive.jalbum.net