REPENTINA
REPENTINA
Meu lado macho condena
Meu lado humano analisa
Meu lado poetisa murmura
Enquanto as mãos deslizam
Compondo uma poesia colorida
E que não me venha analíticos
Dizer de me trias e rimas
Dizer de toadas e correções
Estou cheia de cenas obscenas
Envolve-me o clima
De idéias e sem políticas
Ira surgir às frases plenas de sensações
Ou quem sabe uma obra prima
Bastou-me essa noite de querência e ardência
Meu lado fêmeo necessita
Feito encontro de raio e trovão
Feito água fervente, borbulhante
Caindo nas mentes
Adormecendo nossos desejos
Feito a morte chegando sorrateira
Meu lado fêmeo tem medo e desejos
Meu lado macho alucina
Meu lado poetisa apaixona
E a mulher faz segredos
Bastou-me envolver naquele corpo selvagem
Olhar nos olhos do tal moço
Que me deu essa tara
Prá levá-lo na cama...
Lança-me risos sacanas
Chama-me... E me quer
Mas as mãos tremulam
Escorrega a escrita entre meus dedos
E faz com que eu escreva
Pra ficar guardado que ele adormeceu na minha cama
E mexeu com meu corpo e meu peito de mulher e poetisa
Viu só poetisa solitária?
Quem manda não obedecer à razão
Esta apaixonada?
Que posso fazer?Eu bem que avisei!