SOB O PODER DE MOMO (Ao carnavalesco Joãozinho Trinta)
O pobre vive o nobre, o rico lucra o cobre...
A miséria do trabalhador, o Capital encobre.
A alegria embebeda a todos!
Se o corpo fala sempre, agora a carne fale!
Se vale a produção, a força hoje é do desejo
- a Carne vale!
E homens e mulheres brincam de sentimento
já que a máscara-momo afasta a máscara-fingimento.
Os revolucionários a Causa esquecem - alienação?!
E, desarmando-se, à folia descem: outra Revolução!
Massacra a carne o Capital
põe-lhe unguento a Religião...
Santifica o corpo o Carnaval
no enredo da Encarnação!
Fale alto toda carne, pela Redenção clamando;
desça o Povo à avenida, o Mundo Novo confirmando:
"Em todo tempo vale o Corpo - Deus ao mundo revelando".
Na alegria de Seres Novos, Sociedade Nova contemplando!
(A Igreja que, no Altar, eleva o triunfante Corpo
não entende a linguagem da carne-sacramento!...)