SEM VOLTA
Quem disse as palavras ofensivas?
Foram ditas sem a pretensão humilhante
E apenas foram porque não se pensou
Que uma vez ditas já não se negam mais?
Assim são as coisas da vida
Que segue seu rumo
E sem semáforo sinalizador
Está sempre no verde
Para que se continue a trajetória traçada
E se o amarelo indicando alerta aparece
Calma, é só para tomar fôlego
E talvez repensar atitudes ou palavras
E rever posições e premissas tomadas.
E sabedor que cada dia traz sua história
De alegrias e tristezas que sejam
Nada mais resta de lamentos e apenas
A certeza que cada minuto vivido e vivenciado
Terá só ou na companhia de muitos
O momento congelado e irreproduzível
Porque nada é igual como o tempo anterior
E repetindo o filósofo
Ao se mergulhar no leito do rio pela segunda vez
Ninguém será mais o mesmo
Nem quem mergulhou no leito do rio nem o rio.
E como uma roda gigante
A vida se dá de altos a baixos
E quem disso ter a consciência do adulto
Que olha tudo com a sapiência cega dos incautos
E se esquece que é na infância que mais se aprende
Então se sofre por antecipação, caros senhores
E a vida será um fardo.
Que chato!