Ardente
Não serei coadjuvante na sua história
Não leiloarei sentimentos para sua plateia
Nem rasgos de um momento que escapuliu
São tão rasos seus lagos aguados
São tantas as incoerências da sua lógica
Assim, como as consequências desse meu querer
E tal querer, já anda tão desgastado,
Que pressinto que já não te desejo de fato
Transformou-se num capricho de uma alma invernal
É tão clara a inutilidade desse cultivo infeliz,
Que provavelmente, muito em breve
Será labaredas no fogaréu da paisagem
Um levante de cinzas sobre o fogo ardente
Lembrando que o plantio é meu e que a safra se perdeu,
Nada como limpar o solo para plantar árvores frutíferas
Ou quem sabe cultivar um jardim, de cactos!