OS BARCOS. EMIL DE CASTRO

Um extraordinário poeta desconhecido

outros diriam, perdido, lá em Mangaratiba

Quem disse que poeta precisa ser achado?

os homens é que não encontraram ainda razões para vida.

Emil de Castro, um presente de poeta para poeta

Se reconhecer nos olhos um do outro, poder brindar a vida

sem se embriagar com o vinho doce do odre de ouro da poesia.

OS BARCOS.

Tantos e tontos os barcos.

do horizonte

além da quina do verde

parecem algodões

soltos no ar.

Partem de rumo exato

de certa chegada

a um porto

sem pressa.

Vão lentos

soprados

pura paina

espuma sobre o mar.

Emil de Castro