MOMENTO RACIONAL
Estou vivendo um momento sereno. Momento esse que acabo de batizar de "o topo da minha razão". Talvez nesse momento eu tenha atingido o ápice da minha existência.
Longa e dura foi à caminhada para chegar até a esse estágio
Confrontar com o meu “EU” foi o pior dos martírios.
Para lapidar as minhas emoções eu tive que atravessar os labirintos e os vales tenebrosos dos meus medos.
Mas foi no auge da minha tempestade interior que eu enfrentei a fúria do meu maior inimigo: O meu egoísmo.
Com alma dilacerada, parei no meio do caminho para observar as coisas do mundo material as quais exerciam um grande fascino sobre mim. E eu olhava tudo através das minhas lentes espirituais: Vi a compulsão do poder e do querer desenfreado ser causa das guerras e das injustiças; Vi homens movidos pela ganância, pelo orgulho e pela prepotência, destruindo a si e o seu semelhante em nome da arrogância e do orgulho doentio.
Quanto ódio sem razão...
Vi o mundo se nutrindo de coisas superficiais sem se dar conta de
que o superficial é raso e não cria raízes. Vi que na superficialidade do mundo foram erguidos palácios, impérios, nasceram heróis e tiranos, líderes e exércitos que pareciam ser indestrutíveis; vi que bastou o sopro do vento e tudo caiu por terra, porém o que sobrou do pó virou história para ser contada ao longo dos séculos.
Foi esse meu senso crítico que me fez enxergar que eu também construí castelos sobre a areia e que as minhas imperfeições denunciavam os meus atos.
Foi travada uma luta terrível no meu interior. Então eu entendi que cada qual tem a sua razão, boa ou má. É assim que vai se cumprindo do ciclo da vida.
Ciente das minhas limitações humanas eu retomei o meu caminho. A cada dor; a cada espinho cravado na alma, eu aprendia a domar os meus impulsos emocionais e assim eu galguei um degrau a mais na escala do meu auto-conhecimento.
O que eu sei do agora é que o meu momento é sereno. Mas sou ciente de que a qualquer segundo eu posso perder o meu equilíbrio e despencar do topo da minha razão. Afinal há áreas em mim que a razão não penetra. Mas mesmo que eu tropece e cometa erros piores dos que eu já cometi, algo dentro de mim afirma que eu sempre terei forças para subir novamente