NÓDOAS DO AMOR QUASE PERFEITO

Nódoas nos oásis da vida.

Dunas às enxurradas.

Areia quente,

Gente atingida,

Céus tingidos de azuis.

Desertos zunindo

Ventos de partículas

Desoxidando o nada.

Ausência,

Zurzir de açoites

Esperando solstícios.

Toupeiras ocultas.

Noctívagos passeios

Em caçadas noturnas.

Vida imbuída,

Latente.

Eis, a linda flor

que nasceu

no deserto do adeus,

nem a rudez da intempérie

do desamor

a feneceu,

posto que fosse

criatura fora de série,

criada por Deus.

O amor está acima de qualquer solidão.

A gente somente saberá um pouco do amor

Quando amar o nada, o vazio, e a própria solidão.

Quando levantar-se nimbado de profunda alegria de viver,

Sem o menor motivo aparente, e sorridente por ver

e sentir um amor sem causa, e muito menos sem efeito,

qual o terno recém-nascido da mais pura inocência.

E, com a mais plena certeza de nada saber sobre o amor.

Ao se conseguir esse estágio, estar-se-á gozando o primor do eterno nirvana.

Que a bem-aventurança invada todo o seu ser, e que este pobre escrevente possa tentar amar mais um pouco.

jbcampos
Enviado por jbcampos em 01/10/2009
Reeditado em 01/10/2009
Código do texto: T1841570
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.