SAUDADE… SAUDADE
Olho longe onde as serras cortam o céu formando rica cadeia de minério. As que estão mais perto são verde musgo com manchas de terra árida. Atrás, outra verde clara com partes escuras; sombras das nuvens. E longe, bem longe, serras recortadas, encostadas no céu, roubam o seu azul e cinza.
O silêncio chega a incomodar. Nem os passarinhos piam. Nem o vento, nas folhas, faz qualquer murmúrio. A alta amendoeira dança elegantemente na maior surdina. Muito além do lago um cão late forte, tão forte que seus latidos chegam até mim. Só escuto porque busco ruídos. Tudo tão silencioso!...
Por que não aproveito para um diálogo comigo mesma?! Estou feliz? Estou em paz? Estou alegre ou triste? Cadê os filhos e netos? Como as nuvens estão longe, longe... Quando cessa o movimento, o barulho da cidade, a saudade chega e aperta, aperta até dá um nó.