"PENA" DA CANETA TECLADA
Desfruto das palavras para acariciar-te, beijar-te, amar-te incondicionalmente diante dos infortúnios do cotidiano. Num mero pedaço de papel lanço meus sentimentos que por muitas vezes omito na sua presença.
Ai, como é bom escrever ‘amor’, ‘louco por ti’, ‘beijos’, e assim por diante. De que valeria o sentimento latente, porém introvertido, se não existisse esse casal perfeito, caneta e papel.
Por certo que muitas afetividades são ditas de fronte a pessoa amada, todavia, muitas e muitas outras são guardadas no receptor cerebral do amor que transmite aos olhos todo fervor inquieto. Somente quem enxerga a face transparente dos olhos apreende a essência do outro.
Quem ama, quem cuida exala boas energias sejam mediante palavras faladas, palavras escritas ou pelo simples olhar.
Aqui, neste instrumento de propagação do amor, flutuo na imensidão dos pensamentos a procura do labirinto afetivo, do qual extraio de cada cantinho sem saída, milhares de representações sentidas. Basta tão-só um estalo do coração para que me deporte aos meandros da mente amante, cuja conseqüência inevitável é exteriorizar os sentimentos contidos.
Não me canso em dizer-te, amo-te por palavras escritas.