Itinerário II
A larga praça ou um pátio aberto a um olhar público
e a luz urbana desliza em lâminas esfarelando a noite num brilho de anéis.
Cada imagem narrada ao espelho dos olhos, uma história possível escrita nas pedras de quaisquer vestígios. Nada dizer que pudesse manipular a certeza de um desígnio. Estar ali com a neblina aparada pelos ombros, as mesmas janelas de persianas descidas sobre as arestas do sonho.
Quando se olha a solidão como a penumbra e se devolve o corpo às cidades repetidas da memória, o percurso das estradas é agora o corredor profundo entre áleas que nos acolhe, apenas um registo evasivo num desenho sem título.
O copo de cerveja morna pousado na mesa de mármore, os gestos dedilhados na imensidade da noite, preencho a próxima mensagem com o teu nome.
E os candeeiros deslizam à velocidade das margens corridas na paisagem.