Minha alma está prenhe de idéias novas sobre as mesmas coisas velhas
Por que vocês preferem as mesmas idéias velhas sobre coisas novas?
Não me venham com essa de ser preferível idéias novas sobre coisas novas
Isso não existe!
Primeiro as coisas novas ficam velhas
Depois elas vão parir as idéias novas
Sobre esse movimento vocês não têm controle

Querem filosofar?
Dêem a cara à tapa
Querem viver?
Lembrem-se de que vieram à vida rompendo um árduo caminho
Então caminhem sem medo!
Querem ser livres?
Saiam da jaula! A porta sempre esteve aberta. Entrem na floresta!
Querem ser felizes?
Desistam! O ser feliz é incompatível com o querer. Queiram outra coisa!
Querem morrer?
Então bem-vindos à consciência terrível de que a vida não passa de uma bela e tola ilusão
Morram à vontade! Mas vai ser tudo igual.

Não me vejam como quem acabou de ter uma revelação
As coisas não nos são reveladas. Tropeçamos nelas. Elas nos tomam de assalto
Nós as concebemos num estupro
E sua gestação se dá em meio à angústia
E elas rebentam em noites de tempestade que revolvem dores e medos
E rompem todos os nossos segredos
Guardem os seus muito bem guardados! Eles não valem nada

Não me olhem como se eu fosse louco!
Vocês é que gostam dessas palavras que me nasceram assim permeadas de insanidade
Eu, de minha parte, deixei-as brotarem assim insanas especialmente para vocês
Porque vocês, eu sei, são sim, completamente loucos!
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 27/09/2009
Reeditado em 07/09/2021
Código do texto: T1835048
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