ASSISTIR
Quem assiste o que lhe assiste, se aproxima da verdadeira assistência. Quem assiste o que não lhe assiste, virando, com isso, mera e parca assistência, não tem nada de existência.
Assistir, é sempre: nos assistir.
Não assistimos nada, somos, sempre: assistidos!
A assistência, que assiste em que se assiste,
é o que faz se encontrar a verdadeira assistência.
Quem só quer ser assistido,
não está assentindo no seu assistir.
Está perdido, querendo assistência,
e faz do assistir, somente indolência.
Assistir, é sempre de querermos assistir,
porque assistindo, somos assistidos, e sendo assistidos,
nosso a assistir fica melhor assistido.
Todo assistido, é aquele que no seu assistir,
consegue melhor traduzir o assistido.
Não dizer 'não' pra seu assistir,
e fazendo os outros assistirem,
produz verdadeiras, assistências.
Assistência não é pobreza social,
pensada por alguns como assistir os desamparados.
Assistir, desta, do social, já é pobre por não assistir o que,
verdadeiramente precisa assistir.
Assistir, impedindo (ou esperando) a morte alheia,
é desassistir, dizendo que se está assistindo.
Porque o assisstir, de verdade, é o assistir artístico,
que assiste, assentindo, o que nos assiste
e, na de nos assistirmos, vamos assistindo melhor nosso assistido,
sem insistência de querer assistir,
porque, quem insiste em assistir, não está assentindo,
está solto no assistir não assistido.
Assistir cenas ruíns, pra disfarçar nosso assistir,
até faz pessoas assistirem, o que não deveriam assistir,
já que não traz o existir do assistir necessário.
Assistir, é sempre apontar pra si, o seu assistir,
assistindo o que cada um, sempre assiste,
e assistindo, vamos nos assistindo
naquilo que sempre nos assiste.