DESCREVER
Quem descreve, com discrição, aquilo que deve ser descrito, deixa de discriminar o que nos outros tem de descrição; quem não tem discrição, não consegue descrever o que deveria ser descrito; não discorre, e só corre (e ninguém socorre) o que nele só corre. Corre, mas não corre, porque correr, de correr do outros, e de correr da vida, é ficar sem socorro e, sem socorro, não há socorrer a vida. Só há correr a vida.
Quem descreve, seu discreto, bem discreto, consegue descrever, pra todos o que há pra ver. Quem descreve, discorrendo suas coisas discretas, nos faz alegre, pela descrição e da suas discrições.
Discrição é a palavra-chave da descrição; discreto, que se descreve, com discrição, aponta pra gente, a verdade do descrever.
Dez-escrever, é quem merece, quem descreve, com discrição seus discretos. Diz-escrever, dizendo e escrevendo, com seus descritos, suas discrições, torna a descrição melhor descrita.
Dez-escrita, é quem merece o que consegue descrever, dez, escrevendo, o que não vemos no nosso ver.
Vendo, o que o Outro ver, descrevendo a visão do que se ver, é dez, crer e ver, na verdade, do que se crer no que se ver.