RECORDAÇÕES...
Sentado no banco de meu jardim, à conversar com as flores, com as
borboletas, com as abelhas e com os beijaflores, memórias em preto
e branco tenho do meu passado e tento ver se me abstenho de pensar
no que já me passou que nem rastro na poeira deixou para que os alheos a mim vissem, e, tudo ficou no disse-que-disse , e de ademais,
de mentiroso, não lembro, se me chamavam, à cada vêz que se
falasse e tossisse...
Tolice cega, deveras, acho, esse amiúde descaso à minha pessoa
dirigido, tudo, tudo, agora me é oposto, e, humilhado, reagir não posso, vejo que não me foi bom negócio, ter passado os documentosde posse de tudo que o que tenho até o momento no nome
de quem mais amo, mas, que só me tortura de tormento...
E, então, mergulhado no silêncio tétrico, me recordo de que me fôra
épico ser coadjuvante notório naspeças de auditório à mim pregadas,
mesmo artista não sendo, quiseram que representasse acerca do
lado oposto do amor em tese teatral mostrada, aí eu pensei, mas que
horror se deve ser o se viver no ódio, não me sendo jus, o amor,
melhor então me é, morrer...
Agora, nessa abençoada hora, por ora, me resta, deixar de lado as arestas, devo perdoar a quem me humilha e torcer para se ter como garantia a recíproca desse nobre ato, e, à quem me amou, de fato,
digo-vos, por telepatia memórica que, por essa torpe mania de me odiar, exilado estarei, breve, breve, num asilo da cidade, solitário
comigo mesmo.