RECORDAÇÕES...

Sentado no banco de meu jardim, à conversar com as flores, com as

borboletas, com as abelhas e com os beijaflores, memórias em preto

e branco tenho do meu passado e tento ver se me abstenho de pensar

no que já me passou que nem rastro na poeira deixou para que os alheos a mim vissem, e, tudo ficou no disse-que-disse , e de ademais,

de mentiroso, não lembro, se me chamavam, à cada vêz que se

falasse e tossisse...

Tolice cega, deveras, acho, esse amiúde descaso à minha pessoa

dirigido, tudo, tudo, agora me é oposto, e, humilhado, reagir não posso, vejo que não me foi bom negócio, ter passado os documentosde posse de tudo que o que tenho até o momento no nome

de quem mais amo, mas, que só me tortura de tormento...

E, então, mergulhado no silêncio tétrico, me recordo de que me fôra

épico ser coadjuvante notório naspeças de auditório à mim pregadas,

mesmo artista não sendo, quiseram que representasse acerca do

lado oposto do amor em tese teatral mostrada, aí eu pensei, mas que

horror se deve ser o se viver no ódio, não me sendo jus, o amor,

melhor então me é, morrer...

Agora, nessa abençoada hora, por ora, me resta, deixar de lado as arestas, devo perdoar a quem me humilha e torcer para se ter como garantia a recíproca desse nobre ato, e, à quem me amou, de fato,

digo-vos, por telepatia memórica que, por essa torpe mania de me odiar, exilado estarei, breve, breve, num asilo da cidade, solitário

comigo mesmo.

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 26/09/2009
Código do texto: T1832710
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