O AMANHÃ...

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"Tu não és o senhor de teu amanhã, não adies o momento de gozar o prazer possível. Consumimos nossa vida a esperar e morremos empenhados nessa espera do prazer." (Epicuro de Samos, filósofo grego)

Dos propósitos aos remorsos, dos erros aos desejos, nós mortais, arrastamos por toda parte, nosso manto de loucura e dor. Nas infelicidades passadas, nas mazelas presentes e nas esperanças futuras não vivemos nunca, esperamos a vida.

Amanhã, dizemos; amanhã estaremos melhores, realizar-se-ão todos os nossos desejos. O amanhã vem e nos deixa mais infelizes. E da noite que passa, esperamos, ainda, o que nos prometeram os nossos mais belos sonhos.

Amanhã são acasos da sorte!

É a vida no seu amargor,

Amanhã – o triunfo ou a morte;

Amanhã - o prazer ou a dor.

Hoje o dia nos cabe e nos toca,

De amanhã Deus somente é senhor!

                        (Gonçalves Dias, Amanhã)

O homem desperta e sai cada alvorada

Para o acaso das cousas... e, à saída,

Leva uma crença vaga, indefinida,

De achar o Ideal nalguma encruzilhada...

As horas morrem sobre as horas... Nada!

E ao Poente, o Homem, com a sombra recolhida

Volta, pensando: "Se o Ideal da Vida

Não veio hoje, virá noutra jornada..."

Ontem, hoje, amanhã, depois, e, assim,

Mais ele avança, mais distante é o fim,

Mais se afasta o horizonte pela esfera;

E a vida passa... efêmera e vazia:

Um adiamento eterno que se espera,

Numa eterna esperança que se adia.

(Raul de Leoni, Legenda dos Dias, in Luz Mediterrânea.) ®Sérgio.

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Infinitamente Feliz.

O Despertar do Poeta.

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