Vida minha, nada a por, nada por tirar, cada cena em seu lugar, cada gota, de suor e sangue, derramada, nunca foi em vão, cada coisa a seu tempo e no seu lugar, a cada palavra o seu efeito, a cada sentimento sua emoção, a cada passo uma direção, a cada grito a sua canção. Vida minha, viveria tudo de novo, exatamente como teria que ter sido, se soubesse que tudo que teria que viver, era para ter aqui me trazido. Vida minha, faria tudo de novo, se soubesse que era para vir até aqui e ter ainda tanto por fazer. Vida minha, e sentiria tudo de novo, pelo simples e incontestável prazer de aprender a sentir. Todas as coisas como as coisas são. Para viver, vida minha, de novo toda essa emoção!
Vida minha, eu perderia de novo todos os amores, e mesmo isso não seria em vão. Só para aprender sobre os amores que vem e vão, só para estar atento quando esse amor tivesse vindo, se eu soubesse que viria, ah, vida minha, não teria nada mais por fazer, a não ser sentar num canto qualquer de todos os meus dias, e ficar olhando a estrada, o céu, a lua e as estrelas, o nascer e o por do sol, e mesmo debaixo da mais forte chuva, porque saberia que você viria, vida minha, e que a partir disso, viver valeria muito a pena.

 
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 25/09/2009
Reeditado em 22/09/2021
Código do texto: T1830082
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