TORRENTES
Implodo-me nas torrentes loucas dos dias, esmagando as manchas insistentes de solidão que surgem em meus pensamentos sombrios – maquiavélicas, perspicazes, dissimuladas...
Adormeço o teor insípido das minhas emoções para que estas possam sonhar sem culpas e assim, aliviarem suas feições marcadas.
Estou hirto, seco, petrificado e indiferente nesse horizonte belo e repleto de gente, mas até que estou bem acomodado no espaço meu. Consigo mesmo sorrir sem disfarces, colocando-me como vencido no diário ritual de superação de um pelo outro. E permaneço de joelhos nessa derrota, a reverenciar o bom senso.
Sigo saltitante ao longo dos dias, envolvendo-me na avalanche de mistérios que rola inteira, poderosa e perseverante e até transformo a bruta pedra que brilha em rubi lapidado com o requinte dos reis.