RECANTO DAS LETRAS
Sou poeta, não diferenciado, apenas um idealista romântico;
sonhador como os há tantos nestas páginas/refúgio.
Não gosto do termo “poeta” para identificar poetisas.
Embrutece a letra; priva da divina sensibilidade
a carícia do sonhar feminino.
Fotografo com as lentes do sonho os elementos
com que a natureza me envolve e me embalsama,
e, como brasas vivas, fosforescentes, bailam nas ogivas virtuais
desta embalagem tecnológica de mútuas cumplicidades.
São duas as ferramentas
de que Deus, sensibilizado com o idealismo, nos dotou:
a mente criadora irracional a bafejar versos,
em conflito
com o coração sonhador, que imprime delicadeza no amor,
e a razão aos dois assistindo e se doando.
Avante, pois, marujos dos mares das letras;
avante, mergulhem nessas águas de prosa e verso;
nadai sobre ondas de publicidade transportando sementes de cultura
para plantá-las em terra firme e arroteada ao cultivo, e cujos frutos,
são predestinados a erradicar a flor maldita da ignorância.