VERDE PAUL VERONESE
Depois de pronta, olhei para ela, não de perto, mas tomando
certa distância esperando a definição de sua identidade, a
revelação da beleza escondida, do significado oculto, a visão do secreto.
Ela nada me facilita. Sua figura intrigante não oferece retorno de beleza ou feiúra, de paz ou horror, de amor ou ódio, de engraçado ou sério, se infantil ou adulto. Seu aspecto real confunde-se com o imaginário, lúdico e desconsertante.
Ainda que a chame de Luz, percorro o caminho na penumbra que mantém velado o desconhecido, as possibilidades semi-cerradas.
O sol, presente, alaranja o céu azul sobre o mar, coroado por uma ponte verde paul veronese.*
Primeiros tintas, ainda tenho os dedos coloridos, sujos do engatinhar neste chão, tela do meu inconsciente.
24/06/2006
* verde paul veronese: um tom de tinta a óleo.