Ode à cachaça

Repousas cálida neste cálice, enigmática e transparente bebida. Combustível dos fracos, cura de todas as doenças, fonte de infinitas discórdias. Sou teu melhor amigo, o teu único confidente nesta noite abafada e perigosa. Tens pior fama que a mais mal afamada das prostitutas, contudo procuro-te por alguns minutos de prazer. A tua amizade não será uma ameaça enquanto quem mandar nesta relação for a minha pessoa. O que eu não sei é até quando que serei o manda-chuva.

Rio de Janeiro, 25 de março de 2006.