Esperando
Nem precisas das persianas,
o sol não invade a tua janela,
é tudo escuro.
E a noite há nenhum brilho,
nada que te ilumine as maçãs do rosto,
acaso sorrir.
As próprias estrelas se escondem,
é possível apenas perceber um tapete negro, largo, longo...
A neblina, o chuvisco na madrugada,
não passa mais a quietude dos compassos harmônicos dos pingos,
é mais uma aflição a cada gota que parece demorar uma eternidade para cair.
As borboletas em seus vôos arrebatadores não têm mais o mesmo encanto,
passam despercebidas.
Os pássaros cantarolam qualquer coisa,
é quase um zumbindo aos ouvidos, somente.
Os bons livros, quase todos, são nada mais do que palavras em linhas imaginárias organizadas,
e por mais que sejam coerentes, já nem te fazem mais sentido.
Tudo isso porque esperas que entre pela porta da tua casa, alguém que na verdade jamais esteve realmente contigo, contudo sentes absurda falta.