O QUE FAZER?
Pasmem os que aceitam as verdades alheias
Repliquem ideologias importadas e impostas
E percam suas próprias crenças inconvíctas
Para ao fim do dia ligar a TV e assistir a novela.
E no parque crianças bondosas por natureza
Copiam dos heróis dos seriados já vencidos pelo tempo
Manias e gírias que lhes dão nova cara
E a música que toca na cozinha da empregada
Cessa para dar passagem a mais um comercial.
É preciso consumir para que o mercado explore
Mãos vindas doutras bandas e supliquem pelo alimento desnutrido
Assim como em tantas vezes já vistas
Num bar à meia luz
A prostituta operadora do sexo e funcionária
Da empresa que oferece prazer a baixo preço
Presta aos que lhe pede atenção qual presa
Indefesa do golpe fatal sucumbe ao sono breve
E já de posse do pagamento
Sai à procura do batom usado pela mulher da ficção televisionada.
E fica frente ao espelho imitando
Bocas e gestos sedutores para na hora seguinte
O próximo cliente a caminho sorridente entra
E espera encontrar sua deusa em trajes de gala.
E como um bumerangue
Retorna àquele ponto que é seu
Assim será esse e o dia seguinte
E como na novela
Amanhã teremos outros e iguais capítulos.