Depois da Tempestade

Cacos e estilhaços pela estrada

vidas levadas e anseios perdidos

molhados cabelos sobre a tristeza

e a luz opaca traz uma esperança sem brilho...

O tempo revolto em certezas

de um futuro agora de luta e sofridão

de vida e anseios, levados e perdidos

ficou a desesperança de um castigo, agora lamentado...

A criança que chora, implora por um instante

a mãe que não chora queria ser criança

o pai sem rumo, caminha a procura do velho amigo

que não emite som algum abaixo dos escombros, um latido...

Tão cedo a lembrança da tempestade some

nos esquecemos da desolação, e esbanjamos

sem previsão de nova revolta, vivemos sem pensar

no futuro revolto em certezas, outra tempestade se arma...

e como uma rainha de medo ela retorna

para depois da tempestade, vislumbrar novamente seu rastro

sabendo que logo retorna, ela deixa seus sobreviventes

sabendo que logo se esquecerão, de suas marcas, de sua agonia...

pensamentos se juntam na desolação

e se perdem nas encostas dos anos

se esquecem rapidamente do sofrimento

e vivem a buscar a felicidade momentânea, que logo se vai, com a vinda de outra tempestade...