Recortes...

A noite escura... Milhares de gotas de luz a enlouquecer o meu juízo.

Cada passo, com cuidado lançado ao precipício.

As voltas que dou, nos meus próprios calcanhares.

Eu... Sou a única, entre milhares...

Eu... Sou mais uma, entre os olhares...

A noite rola mansa... Fico entre os lençóis...

Não há lágrimas... Apenas o teu riso.

Para o Amor, justificado seja cada rótulo que criarem.

Ninguém nesse mundo pode colher as lâminas de um dia em movimento...

O fragmento de tempo... Não existirá outro... Não do mesmo jeito.

Dedico-te as batidas que andam tão rápidas... Solidifico os andares que vêm aos goles...

Em dó maior, garimpo algumas notas...

Que os céus sejam solidários... Que cuidem de todos, sem distinção... Que nada dessa vida seja armação.

Do concreto, sempre levo apenas o que o discurso guarda... Nada de julgamento... Nada de recortes apenas meus... Existem tantos lados para a mesma descoberta...

Sigo... Aberta!!...

Sem demora... Sem medos...

Apenas sinto que o gosto está marcado... Não há falsos entalhes... Nem retratos sem molduras...

Existem tantas outras criaturas... Com garras... Com máscaras... Engasgadas com o próprio sofrimento... Eu, apenas lamento.

Cada qual com seu disco... Com seu giro... Entremeios... Entre os meios que criaram...

E... Na noite escura... Lembro-me apenas das cortinas cerradas... Da luz que invadia a morada... Dos corpos que recriam o sonho de um dia escarlate...

Ah! são tantos corações em batimento contínuo... Tantas vidas a circularem, no mesmo rio...

Quem diria que a serenidade poderia ser tão válida... Quem diria que

o meu amor é teu milagre...

Beijo a face das palavras... Dizem tudo... Dizem nada...

Sou apenas o eu lírico... Ou Nadia.

21:21