Vazio
Era uma vez, uma pessoa com espírito de andarilho; A procurar ao seu redor, uma razão de ser, de existir! Experimentava realizações diversas, interagia com tudo e todos; No entanto, não era suficiente! Algo, estava sempre fora do lugar. Fazia amizades, conhecia novos lugares; Entregava-se à paixão, mas nada dar-lhe-ia paz de espírito. Tinha-se tudo e, paradoxalmente, não se tinha nada! Tendia a se isolar, pensar, chorar. Podia estar em meio a uma multidão, mas só iria ficar! Triste, enfim entendera que esteve a procura, Do que jamais sonhou encontrar! Dava-se conta que ao olhar, não conseguia enxergar; Pois tão somente, havia perdido a si mesmo. Prestara atenção ao que havia fora, Enquanto por dentro, estava a desmoronar. E o vazio, agora a lhe torturar; Pretendia avisar, que pior que a morte, Deveras era a constatação da morte em vida. E eis pois, que seu destino seria a eterna procura de si!