Tempo de fluir
Não sei se ainda há tempo
Pode ser que sim
Mas o cansaço já me toma
(expressei-me mal, não é
cansaço)
Pode ser direção invertida
ou talvez crença excessiva
ou ainda fobia ante a luz
(a excessiva luz que
provoca cegueira)
O que sei é que o tempo
tornou-se meu inimigo aliado.
Antítese? Talvez.
De todos os ontens aleatórios,
singulares, definidos, subjetivos,
apenas um deles, saqueou-me.
Um apenas.
E passei a limpo, em minha memória,
os ontens que me acrescentaram.
Por esses, voei sem asas,
traguei a vida,
inalei vitórias.
Eu tive um tempo único
onde a felicidade não era
uma cifra musical.
Era palpável, saborosa, inebriante.
Então, por quê?
Por que não controlo o tempo
como antes?
Rebeldia ou submissão?
Ah! Quisera eu ter o controle
das sombras (minhas sombras)
E fazê-las sumir no tempo.
Nesse tempo que não sei se ainda há.
São 06h00min
Acordei a tempo de ver o Sol brilhar.
À vida, então, porque ela flui a meu favor.