Pleno Convencimento
Pleno Convencimento
Consciente.
Cônscia.
É assim que estou.
Plenamente convencida.
Só me falta convencer meu coração, de que deve te esquecer.
A minha mente de que precisa não pensar em ti tanto e em profusão.
Os meus olhos de que devem seguir sem a luz dos teus, enxergar outros caminhos, ver outros olhares, brilhar por outras razões...
Falta apenas convencer minha boca de que não terá a tua, não saberá sequer o sabor, não trocará os gostos,
Não se deliciará com teus lábios bem desenhados... Não sentira o quão tenros podem ser.
Meus braços (longos) terão que se convencer que não te agasalharão. Envolverão... qual barco em teu porto atracarão.
Meu corpo não terá o calor e sequer sentirá o peso do teu,
Minha pele não saberá absolutamente da tua tez, do que pode ser macia, firme ou delicada.
Tenho só que convencer as minhas mãos que cegas querem te descobrir desvendar, que não te contornarão...
Meu suor de que não será uno ao teu, aos meus sais que não misturarão aos teus.
Terei só que convencer meus ouvidos, que não delirarão mais com o som da tua voz,
Não mais viajarei aos murmúrios das tuas palavras, sussurros deliciosamente indecentes a invadir, tomando-me em explosão.
Mas fora isso, eu, já estou plenamente convencida.
Só preciso convencer os meus desejos febris de que não terei teu corpo envolto em mim e não saneará minha febre intensa e acalorada,
Minhas vontades confessas de sentir tuas mãos me perscrutando, de me saber plena de ti, do teu amar, isso não se fará real.
Meus quereres de que não realizarei minhas secretas e indizíveis vontades contigo.
Não verei teus olhos nublados a delirar por mim...
Não viverei o êxtase que anseio, de ser plena, por ti.
Só isso me falta. Só.
Only this.
Nada mais, além disso.
No mais,
Eu, já estou plena, completa, inteiramente convencida.