Às pessoas
Envolvidas em garimpos de sonhos... Assim, estão as pessoas.
Um vento forte... E o ninho desfaz-se... Restam outros pássaros que resgataram os nós.
Às pessoas, eu deixo o meu grito... O esperar em AnoniMassa os carretéis... Alguma meia dúzia de textos soltos... Alguns ficam em desconforto... Às pessoas eu deixo aquilo que procuram...
Tantas palavras envoltas... E os dias rolam soltos, no céu da minha boca.
Uma embalagem... Assim, alguns se recriam... São imagens bambas... Basta o tal vento e a face encontra outro caminho... Outra criança.
Às pessoas de Gonzaga... De Chiquinha... De Vinte anos... Nostalgia sem Gonzaga...
E a pureza das crianças... Do legado deixado e retirado... Assim, são as pessoas que ficam para sempre... Criam sem rebolar em torno do próprio umbigo...
Às pessoas, deixariam a lágrima de cada esquina... O lápis que contorna o corpo... As imagens que se recriam...
Ao vento, digo baixinho... Que é preciso circular mais devagar em certos lugares... Mais forte dentro do meu peito... E que o ar não se torne mais rarefeito...
Danço, entre lenços e laço, até o cansaço adormecer os quadris...
Em medalhas, solto meu grito... Em curvas danço aquilo que o corpo dita...
Não há no mundo uma imagem mais bonita do que aquela construída todos os dias...
Às pessoas, gero o meu texto... Concluo o que pode ser dito... Não acrescento tanto... Nem tanto falho...
Somos aquilo em que se acredita... Milagre... Mito... Hiato disparado... Soluço de descontrole do diafragma...
E o texto dança em meus movimentos... Sirvo à festa de Baco o melhor dos entalhes... O formão desliza pelas gotas de cada célula.
Construir, às pessoas, o melhor de mim... Depois, escutar o peito correndo feito potro xucro...
Minhas asas espelham-se na água clara do rio...
21:40