Nada além de Você

Na rua escura uma sombra andando vagarosamente

Um velho guarda-chuva refletido na poça de água

Cabelos escorridos voando irregularmente

E um rosto triste ilustrado na água parada do chão.

Com o tempo a gente se perde nos dias

Se esquece dos anos, não se lembra dos meses.

Perdoa os enganos, esquece as vitórias,

Apenas relembra os sorrisos

E se tortura com as dores,

Que sempre permanecem como um buraco cravado no peito...

O dia mais feliz das nossas vidas

Já não passa de um dia como outro qualquer...

E no reluzir amarelado do poste na rua

Um vai e vem de memórias tristes,

Que perduram quando as alegrias se acabam.

Laços antigos se desfazem como se não fossem

Suficientemente fortes para agüentar.

Mãos que nunca iriam se separar, se soltam

Por conta própria como se não machucasse.

O pra sempre acaba sem ter durado muito,

E promessas sagradas vindas do fundo do coração

São meramente descumpridas.

Sob a luz do luar noturno escondido atrás das nuvens

Contemplando a escuridão da noite

Relembro suas frases feitas, que me bastavam pra ser feliz.

E sozinha olho as gotas prateadas caindo do céu

Ainda sentindo meu coração em paz ao ouvir tuas palavras

Ouvindo ainda o eco das tuas frases repetidas vezes na cabeça.

Sentindo ainda um calafrio ao sentir você por perto

E tendo no peito uma marca triste

Um buraco negro, que não me deixa esquecer,

Esquecer minha dor ao te ver partir...

Todas as promessas irrevogavelmente verdadeiras

Aniquilaram-se uma a uma,

E aquele dia horrível marcou meu coração

Como o início de um tempo

Em que de nada eu lembraria além de você.

Marina Dalmass
Enviado por Marina Dalmass em 13/09/2009
Reeditado em 13/09/2009
Código do texto: T1808033