Nada além de Você
Na rua escura uma sombra andando vagarosamente
Um velho guarda-chuva refletido na poça de água
Cabelos escorridos voando irregularmente
E um rosto triste ilustrado na água parada do chão.
Com o tempo a gente se perde nos dias
Se esquece dos anos, não se lembra dos meses.
Perdoa os enganos, esquece as vitórias,
Apenas relembra os sorrisos
E se tortura com as dores,
Que sempre permanecem como um buraco cravado no peito...
O dia mais feliz das nossas vidas
Já não passa de um dia como outro qualquer...
E no reluzir amarelado do poste na rua
Um vai e vem de memórias tristes,
Que perduram quando as alegrias se acabam.
Laços antigos se desfazem como se não fossem
Suficientemente fortes para agüentar.
Mãos que nunca iriam se separar, se soltam
Por conta própria como se não machucasse.
O pra sempre acaba sem ter durado muito,
E promessas sagradas vindas do fundo do coração
São meramente descumpridas.
Sob a luz do luar noturno escondido atrás das nuvens
Contemplando a escuridão da noite
Relembro suas frases feitas, que me bastavam pra ser feliz.
E sozinha olho as gotas prateadas caindo do céu
Ainda sentindo meu coração em paz ao ouvir tuas palavras
Ouvindo ainda o eco das tuas frases repetidas vezes na cabeça.
Sentindo ainda um calafrio ao sentir você por perto
E tendo no peito uma marca triste
Um buraco negro, que não me deixa esquecer,
Esquecer minha dor ao te ver partir...
Todas as promessas irrevogavelmente verdadeiras
Aniquilaram-se uma a uma,
E aquele dia horrível marcou meu coração
Como o início de um tempo
Em que de nada eu lembraria além de você.