TESTEMUNHA

É manhã

O sol imperial toma da noite

O lugar antes majestosamente ocupado

E sob suas ordens

Amantes se entregavam às carícias

Que só aos apaixonados se reserva

O leito e os sonhos ali repousados

Que desperta

Tal qual flor com a chegada da primavera

Que assume o tempo do inverno que finda.

E num ciclo que se renova a cada estação

Das cinzas deixadas nos cinzeiros dos bares

Noturnas figuras pelas ruas transitam

E deixam na noite da cidade que dorme

Desejos que de dia escondem.

É que ao claro dia

As avenidas e ruas por carros ocupadas

Não permitem que se caminhe

Em pensamentos saudosos os amantes

Que só na noite que chega e autoriza e se revela

E tomados de caneta e papel registra

Lembranças guardadas dos tempos

Retornados em palavras e sílabas

Que sobre o papel de guardanapo ou outro que seja

Fica para que o garçom leia

Como tantas outras ali deixadas

Como saudades de uma lembrança que a mente revisita.

silvio lima
Enviado por silvio lima em 13/09/2009
Reeditado em 14/09/2009
Código do texto: T1807306
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