ONDE ANDAS AGORA?

Um silêncio opressivo paira sobre tudo, trazendo nostalgia, construindo desejos, levando idéias. O relógio marca a hora, já tardia, de uma noite que se arrasta lenta e monótona. E eu estou tão apressada! Quisera que a noite terminasse afugentando os fantasmas da solidão, que o silêncio se rompesse para sentir real o meu sonho de viver um dia mais feliz.

A sonolência me faz sobressaltar a cada instante, como as vagas perturbando o azul do mar. E azul é o meu sonho de dormir e acordar sentindo um novo brilho no sol, como se a natureza pincelasse novos traços e repintasse o cenário, misturando cores e sabores.

Estou olhando o relógio outra vez, e mais outra, como se assim o movimento se tornasse mais veloz e eu pudesse perder o negror da noite e com ele a ansiedade de saber distante outro alguém.

Onde andas agora? Quisera poder assimilar a leveza do vento e, num passe de mágica, seguir teus passos e me perder contigo numa estrada sem fim. E alcançarmos juntos o horizonte para seguirmos, sem interrupções, pelo infinito azul onde dançam as estrelas. E fazer parada numa galáxia mais feliz, onde o espaço acalentasse seres convivendo sua individualidade numa só unidade. E aí ficar.

A realidade sobrepõe-se â fantasia e eu me vejo distante desse mundo feliz, porque inexistente é. Ao meu redor é noite ainda e o silêncio é violado apenas pelo tic-tac ritmado do relógio. Boa noite, vou te encontrar como eu queria, pois sei que vais estar no meu sonho.

Giustina
Enviado por Giustina em 13/09/2009
Reeditado em 14/05/2015
Código do texto: T1807240
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