Delírio de um olhar...
Delírio de um olhar...
Meus olhos te perscrutaram...
Indagantes, indagadores...
Tentaram atravessar...
Rios que se interpõe entre mim e teu olhar...
Meu olhar quis quebrar correntes,
Destravar as portas que levam a ti
Transpor os domínios velados do teu segredar...
Olhou-se nos teus,
Viu-se em ti...
Agora se acham perdidos no deserto que há nos teus cristais...
Nesta exata hora se cerro os meus são os teus que em mim estão
Com um brilhar quais lagos que refletem o Sol.
Estás irremediavelmente em mim...
Desejos quase incontidos, muitos que nublam olhar...
Como vidrado de febre, delirante, cobiçoso de ti, ávido, avidez...
Ansiando por teu abraçar,
Teu gosto, sabor,
Experimentar...
Preciso esse rio transpor,
Qual afluente em ti desaguar,
E te avolumar, e te derramar,
Navegar em ti... por ti...
Agora sim,
Meus olhos sabem dos teus...