Parece Ser
Alvorada emerge, excitação dos sentidos
Sentimento acalanta a lânguida língua
Intrínsecas bulhas, somamos limbo
Os alvéolos pulsam e não param
Não há como parar,
Somos carne!
Entre a famulenta ambição
E toda sua ordenação
Esqui na neve, ave no porão
Putrefando, aparecendo
Não há inteligência,
Somos osso!
Passa o tempo, bento crucifica
São lajes, servem-nos de arrimo
A rumar por mim, por nós, a corveta
Desgovernada embarcação
Não há como harmonizar a direção,
Somos sangue!
No compasso desta lenda
Hipogeu é o teu reforço
Bate o teto à chuva rala
Os simpósios da invernada
Não há como verdejar a água,
Somos paixão!
Sanguinolento e fracassado
Vai à rua e marca a cara
Reconhece os que passam
Pele, cabelos e lábios
Não há com entender,
Somos tempo!