ADOLESCÊNCIA

Amada das Três Marias!

Juro que lembrei muito de ti, da gazela daqueles tempos de gazeta no Arroio Pepino. A charrete de teu pai zanzando à rua poeirenta, os teus cabelos esvoaçando ao vento. A menina, quando ria, tinha uma rosa vermelha no rosto e os lírios nasciam na boca gloriosa de sisos e futuros. Ali, naquele pátio de quase-infância, o meu coração aos pulos pegava lagostins de água doce. Sempre com medo de que suas garras me pegassem o dedo. O coração já tinha sido batizado pelo vento morno dos afetos.

A felicidade andava de pés descalços e estava sempre ao alcance dos olhos.

– Do LIVRO DOS AFETOS, 2005/2009.

http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/1801117