ESCURIDÃO
Anoitece. A escuridão devora toda a luz que há em mim. Ouço as melodias que costumavam me envolver nas tempestades. Sinto a pulsação de meu coração: são batidas lentas, descompassadas, tristes. Tudo está mais silencioso hoje. Vejo-me abandonada num pântano. As areias movediças me arrastam e eu anseio pela claridade. Meus olhos se fecham. Meus pensamentos se embaralham. Vejo as cartas de um jogo que não me pertence. A aposta foi feita e o naipe que procuro não está em minhas mãos.