Meus pedaços

Arruinado pelas imagens do meu desejo, equanto me afogo na lembrança reimaginada de um futuro inebriado de sonhos... vou me desperdiçando aos poucos. Tentei! Tentei muito não desvanecer nos pecados, não assumir as infâmias, não reconhecer as pontencialidades de minhas querências, mas aqui estou... devendou-se o mistério. Sou o gestor de minha ruína. Tenho sido mal pago, mal gerido!

Eles sentaram do meu lado enquanto eu terminava os últimos bocados de um pão com ovo, refinado com um capuccino médio. Todos ao redor estavam acompanhados com algo a mais que um simples pensamento que dissipa com risadas de pessoas ao redor. Eu estava uma confusão - eu estava aos pedaços.

Eu desejei ser cada uma daquelas pessoas, me juntar no universo pessoal delas, me perdia nas mãos juntas, nos sorrisos singelos, nas piadas trocadas, nas cantadas aos garçons, nos olhares de reprovação que sugeriam traição conceitual. Eu estou aqui! Como é terrível estar só em meio a tantos de mim!

Do meio de minha fusão com o nada, me fizeram saber que eu estava lá... me convidaram a aceitar o abandono. E eu era mesmo uma distribuição injusta... eu era um único pedaço! Não sirvam-se de tão pouco!

Danilo Araujo
Enviado por Danilo Araujo em 07/09/2009
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