O tempo, nosso tempo...
Chega-se o tempo,
Em que não há para onde ir...
Tão pouco para onde se possa tornar
Um tempo em que não se pode mais sorrir
E pobre são os que com dores buscam o chorar.
Chega-se o tempo,
Em que chegar até a janela não se pode mais
Tão pouco despertar por sobre a tua cama
Chega-se o tempo, que viver ou morrer, tanto faz
Que não se vive á odiar, tão pouco á dizer que ama.
Chega-se o tempo,
Em que a alma busca repouso, incerto, um canto
Para as dores, de muitos n'alma, é tanta
Que não se pode permitir o pranto
Tão pouco o amar, ele não mais encanta.
Chega-se o tempo,
Em que tudo é dúbio, em contratempo certo,
Mas não transcende minhas razões para explicá-lo
Tão pouco entendê-lo.
Sorvo o tempo, tal tempo
Não esperança de um despertar, sem que ele esteja perto...