SOU TEIMOSA

Não sou poeta.

Já fui romântica.

Das minhas ilusões poucas restaram.

Meu coração está bastante endurecido.

Uma couraça de frieza encobre meus sentimentos.

Não me tornei cinica, porém.

Não tenho ódios, nem rancores.

Não sinto raiva dos que me machucaram.

Não culpo a vida pelo meu sofrer.

Acho que sinto apenas alguma mágoa.

Carrego comigo uma tristeza infinda.

Uma melancolia que me torna apática.

Um desligamento das coisas e das pessoas.

Este é o meu perfil interior.

Agora, neste instante, estou sozinha, meditando. Tento fazer um balanço do meu "eu" e me deparo com algo que até então me passou despercebido. Uma centelha minúscula está tomando forma, alguma coisa nova está surgindo. Não sei definir o que é. Sinto que é algo forte, vital. Alguma coisa que mexe toda a estrutura estática dos meus sentimentos. Algo inovador que me fará mudar.

Estou perturbada.

O que escrevo não tem sequência lógica.

Estou perdida entre dois opostos.

Um me diz para não seguir a ilusão.

O sofrimento é a consequência de qualquer sonho.

Outro me acena com uma esperança.

Pode ser válida e se tornar perene.

Eu, que esgotada pelo esforço vão, me senti abatida e jurei não mais acreditar! Como posso estar, agora, receosa entre dois caminhos? A razão me diz para fechar os olhos e não querer. Mas sou teimosa, acho. O coração me incita a tentar e eu vou me deixar levar!

Giustina
Enviado por Giustina em 05/09/2009
Reeditado em 14/05/2015
Código do texto: T1793265
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