DUAS FLORES!

Um dia, como outro qualquer,

Encontrei-a passeando pela avenida,

Menina, morena, bela e meiga, uma pequena flor em botão!

Conversas, sorrisos, demonstrações de carinho

Em sua pouca idade, uma doce afeição,

despertando o amor no coração.

A pequena flor desabrochou, tornou-se uma rosa maravilhosa,

Em toda a plenitude de sua beleza.

Eu a vejo exuberante, cada vez mais perfeita

E em sua beleza, a ampliação do mais puro

E singelo de todos os amores.

Você, menina mulher, uma rosa de pétalas aveludadas e macias,

A voz delicada em sons de serenidade,

Resplandecendo em seu olhar o brilho fulgurante,

Que me enternecia incluindo o belo em minha vida.

Na pureza e inocência de seu sorriso,

O sonho de uma existência,

De onde retiraria a essência necessária para ser feliz.

Você foi tudo aquilo que eu sempre esperei.

Você, o amor que eu sempre quis, sempre almejei.

Eu, que também, muito antes,

Outra flor maravilhosa enfeitando inúmeros jardins,

De onde desprendia a mais suave fragrância,

Perfumando vidas, ternamente aromatizando outras vivências.

Você há tempos, privou-se do aroma adocicado,

Aquela fragilidade que me envolvia e enfeitiçava,

Que me seduzia, deixando-me enternecido envolto em seu fascínio.

Aquela flor transformou-se, virou mulher,

Com seus encantos, seus anseios, suas esperanças,

Seus desejos e os mais divergentes sonhos.

Você, que eu amei, quando a vi pela vez primeira.

E que agora, vejo despedaçar cada pétala,

Que murchas, rolam pelo chão,

Com toda a tristeza que guardo e que só aumentaram

As dores que habitavam em meu coração.

Você, que eu trago guardada sua lembrança naquele triste baú,

Como alguém que poderia ter me devolvido a vida,

Que se quisesse, traria de volta todos os meus já perdidos sonhos.

Poderia ter embalado e completado a minha felicidade!

Desencontro do destino. Duas flores brotadas no mesmo jardim,

Porém, uma cresceu antes, sofreu os tormentos do tempo,

Sentiu toda a maldade de um quintal semeado, sem o devido regar.

Sentiu como pode ser letal a falsidade do brilho

Que fulgura em um mimoso olhar.

O jardim é o mesmo, as flores ainda continuam a crescer,

Só uma dobra-se ao rigor do tempo,

Este mesmo tempo que leva para longe, minha esperança,

Esperança de ter você e novamente reviver.

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 03/09/2009
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