Um dia...
Procurei em cada gesto uma saída...
As portas... As medidas.
O sol, com seu jeito manso, encontrou, pelas frestas de um amanhecer encantador... O céu, envolto em lenços coloridos que azulejou o meu olhar...
Um dia qualquer...
Fixar as lembranças... Guardá-las para sempre em um vaso cristalino... Emudecer as frases que um dia eu disse... Serpentear o colo com as mãos a procurar respiração...
E deixar que o barco saia em destino traçado... Enquanto eu fixo o meu olhar no chão...
Um dia, a poesia virou o espetáculo... O máximo recorte já estipulado... Um beijo escolhido... O lenço de adeus, em um porto qualquer.
Acordam as células da realidade... Apenas o peito não entende a falta de coragem...
Dois rascunhos em papel de seda... Dois rabiscos, na mesma moeda... Um tracejado perfeito... Perdido nas entrelinhas de um texto redigido...
E a vida continua, nessa história minha e tua... A face perde o brilho, quando a tarde desfalece...
Um dia lindo qualquer... A montanha chora fino... As árvores agradecem.
08:40