Muito prazer...



Num diálogo inquietante e silencioso há exigência de satisfação do sentimento oceânico de união com o mundo. É o propósito da vida que clama fruição, apesar dos contratos sociais. Não pode ser suprimido pois faz parte dos gens, a abstinência é crise e se reprimido explode em desacertos do natural, por isso tem que ser suprido, de uma maneira ou de outra, em dimensões múltiplas de bem-estar. Implícito ao viver (festejar a vida nasce do prazer), sem manuais desde o nascer, o prazer é força instintiva e realidade misteriosa, atrelada inicialmente à reprodução (se requer para que a vida se perpetue e se desenvolva) no mundo da vida é também força criativa pois cada nascimento retoma o mistério fascinante da vida. A sexualidade é necessária liberdade de expressão do ser que na história do contexto social se transforma de violência para uma certa ordem desorganizada e disciplina indisciplinada, nos moldes mais ou menos conformes aos tempos. Então, o desejo frêmito se eterniza em momentos de carícias, afetos demonstrados como respeito e ternura à parceria, metamorfoseando a força cosmo-vital num encontro pessoal envolvente de corpos quase incorpóreos, uma pulsão que existe no antes, no durante, no depois e que se perpetua espontaneamente nos sentimentos, nas letras, nas saudades e na descendência.


Joseph Shafan - 02/09/09 - 20:15h

- para o mote "A Disciplina do Prazer"  -
- proposto no POL do RL por SoLuNaMaRoSa -