Ao me sentar para tentar compor alguma coisa
que mostrasse o que estou sentindo, detectei
em mim a certeza de que escrever vai muito além
das palavras que desenhamos na poesia.
É a tradução fiel do que vai dentro de nós e qua-
se nunca percebemos.
É o equilibrio na assimetria do que compomos.
É um ato de tradução do que escrevemos tanto pa-
ra quem lê como para nós mesmos.
É o momento sublime em que a vida do outro se
torna nossa naquela fragilidade em busca da inspi-
ração.
É o que sai volátil de dentro de nós ou informada
por nós para se tornar essência tomando forma de
poesia.
Nesse exato instante somos texto aberto aos outros porque o que escrevo não se traduz naquilo que lês.
Na verdade escrever é parir.
Ler é adotar....
e, assim polêmica e complicada
me retiro buscando dar à luz
minha INSPIRAÇÃO.