Noite de Natal
Meia-noite. As vias de Firenze estão repletas de pessoas a caminho do Duomo. Eu sou uma delas. Sigo como que por instinto por estas vias que me soam familiares. Cauzaiuoli, Martelli e outras tantas por onde passo. Dentro do Duomo o silêncio operante. Câmeras de televisão tentam captar o espírito de Natal presente na ocasião e o que elas não sabem é que Jesus nasceu novamente no coração de todos ali. E isso não dá para filmar. O máximo que conseguem é um riso farto da criança que me deixa feliz. Feliz por estar ali, na catedral dos meus sonhos, que somente conhecia pelos livros. Rezo baixinho e me disponho a caminhar até a Ponte Vecchio, olhar o rio Arno e apreciar a noite fria. Tão fria que nem percebo tal a preciosidade do momento em que vivo. É Natal, estou em Firenze, defronte à torre que tem o meu nome. O rio corre como em todos os dias, mas, para mim, ele me chamava para um mergulho profundo dentro de mim mesmo, como que a me dizer: mais um Natal e você ainda por aqui! Abro meus olhos, sigo a procissão de velas e volto ao hotel. Antes de dormir, rezo aos meus e digo bem baixinho: Feliz Natal!
Texto publicado no livro Viagens, de Ivanira Dadalt, Sônia Cintra e Márcio Martelli, Editora In House (2008).
Meia-noite. As vias de Firenze estão repletas de pessoas a caminho do Duomo. Eu sou uma delas. Sigo como que por instinto por estas vias que me soam familiares. Cauzaiuoli, Martelli e outras tantas por onde passo. Dentro do Duomo o silêncio operante. Câmeras de televisão tentam captar o espírito de Natal presente na ocasião e o que elas não sabem é que Jesus nasceu novamente no coração de todos ali. E isso não dá para filmar. O máximo que conseguem é um riso farto da criança que me deixa feliz. Feliz por estar ali, na catedral dos meus sonhos, que somente conhecia pelos livros. Rezo baixinho e me disponho a caminhar até a Ponte Vecchio, olhar o rio Arno e apreciar a noite fria. Tão fria que nem percebo tal a preciosidade do momento em que vivo. É Natal, estou em Firenze, defronte à torre que tem o meu nome. O rio corre como em todos os dias, mas, para mim, ele me chamava para um mergulho profundo dentro de mim mesmo, como que a me dizer: mais um Natal e você ainda por aqui! Abro meus olhos, sigo a procissão de velas e volto ao hotel. Antes de dormir, rezo aos meus e digo bem baixinho: Feliz Natal!
Texto publicado no livro Viagens, de Ivanira Dadalt, Sônia Cintra e Márcio Martelli, Editora In House (2008).